O Maio Amarelo é um movimento criado para contribuir com a divulgação de informações sobre acidentes de trânsito e conscientizar a população sobre os riscos da direção irresponsável. Algumas atitudes contribuem para uma direção mais segura e a salvar vidas, evitar dirigir durante a noite é uma dessas atitudes.

A percepção do motorista cai 50% ao anoitecer, riscos são ainda maiores se o condutor tiver alguma patologia ocular, como a miopia ou astigmatismo

É comum que os condutores optem por viajar pela manhã ao invés de pegar a estrada à noite. O que muitos não sabem, no entanto, é que essa decisão deveria ser unanimidade. De acordo com o diretor da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego, Dirceu Alves, com o anoitecer, a percepção do motorista cai 50% e, dependendo da patologia ocular pré-existente, a dificuldade é ainda maior.

 

Dimensionar espaços, distâncias e velocidades também fica mais difícil.

As condições das estradas brasileiras não ajudam. Muitos trechos não são iluminados e falta sinalização. Com as reações oculares mais lentas, a situação se torna propensa para acidentes. “O pedestre atravessando a via é um exemplo do que chamamos vulto – só é possível ver o contorno – da pessoa no período da noite”, acrescenta o médico.

O ofuscamento da visão é um fator complicador. Leva-se aproximadamente quatro segundos para voltar a visão à normalidade depois de cruzar um foco de luz. Nesse pequeno período, caso o carro esteja a 100 km/h, o motorista já cruzou de 80 a 120 metros. Distância suficiente para uma colisão. A capacidade de adaptação da visão dos condutores com idade superior a 60 anos é ainda mais lenta.

“Quando enfrentamos de frente ou mesmo através dos retrovisores um feixe de luz ocorre uma contratura da pupila com objetivo de reduzir a quantidade de luz que deve chegar à retina. Ao desaparecer subitamente o foco de luz, temos a escuridão e nessas condições a pupila tende a se dilatar com objetivo de permitir maior entrada de luz. A inexistência momentânea da mesma faz com que se passe um curto período para que ocorra a adaptação”, explica Alves.

Segundo o médico, o organismo humano produz, na ausência de luz, um hormônio chamado melatonina. Esse neuro-hormônio induz o corpo humano ao sono e tem sua produção máxima por volta de 2h e 3h horas da madrugada. O sono foi responsável, em 2017, por 3.796 acidentes nas rodovias federais do Brasil, com 3.629 feridos e 371 mortes.

De 19h às 06h, 31 mil 188 acidentes foram registrados pela Polícia Rodoviária Federal em 2017. Nesse mesmo período, duas mil 809 pessoas perderam a vida nas estradas.

Veja, abaixo, números de acidentes ligados às más condições das estradas federais brasileiras e restrições de visibilidade em 2017:

Os dados foram disponibilizados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Caso esteja se sentindo cansado enquanto dirige ou se – enquanto passageiro – perceber a percepção do motorista afetada, faça ou peça que o condutor que dê uma pausa. Os benefícios são muitos: fazer uma caminhada em volta do carro a cada duas horas melhora a oxigenação da musculatura e do cérebro. Assim o condutor volta a dirigir com mais disposição e menos dores. A liberação de endorfina, que ocorre durante a caminhada e os alongamentos, é analgésica e também melhora o processo respiratório fazendo com que o motorista fique mais ativo.

 

Fonte: https://autopapo.com.br/noticia/percepcao-do-motorista-durante-noite/

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